O que é Baguá?
Baguá é o nome dado ao símbolo em formato octogonal (oito lados) composto por 8 trigramas (três linhas).
Externamente possui oito lados; internamente ele é dividido em 8 trigramas.
Os 8 trigramas são dispostos em quatro pares opostos.
Este símbolo possui o objetivo de fazer uma representação visual da cosmologia – no sentido filosófico – e cosmogonia chinesa.
Através desse símbolo, dentro da visão chinesa, podem ser compreendidas as dinâmicas e relações que regem o universo, tanto material como invisível – espiritual.
Cada um dos oito trigramas possui um conjunto de características diferentes e distintas.
Os 8 trigramas que compõem o baguá são:
– Qian;
– Kun;
– Zhen;
– Xun;
– Kan;
– Li;
– Gen;
– Dui.
Esses 8 trigramas podem ser dispostos seguindo duas sequências diferentes:
– Céu Anterior ou Primordial;
– Céu Posterior.
A ordenação exposta no Baguá do Céu Anterior ou Primordial corresponde ao universo invisível (espiritual, imaterial), regendo com isso, as dinâmicas correspondentes a este âmbito.
Já a ordenação exposta no Baguá do Céu Posterior corresponde ao universo material – a realidade na qual estamos inseridos -, regendo com isso, as dinâmicas que correspondem a nossa realidade concreta.
Baguá do Céu Anterior ou Primordial
Baguá do Céu Anterior ou Primordial, comumente conhecido no Brasil como Baguá de Proteção, corresponde ao universo invisível – espiritual e imaterial -, regendo com isso as dinâmicas correspondentes a este âmbito.
Os 8 trigramas do Baguá do Céu Anterior seguem uma determinada ordem e disposição, onde os opostos são complementares, procurando representar um padrão ideal da vida, onde tudo existiria em perfeito equilíbrio, porém imutável.
Quatro trigramas estariam diretamente em oposição, porém em perfeito equilíbrio: o Céu (trigrama Qian) e a Terra (trigrama Ken); o Fogo (trigrama Li) e a Água (trigrama Kan); o Lago (trigrama Dui) e a Montanha (trigrama Gen); o Vento (trigrama Xun) e o Trovão (trigrama Zhen).
Origem do Baguá do Céu Anterior
Esse Baguá foi idealizado por Fu Xi ou Fu Hsi.
Conta a lenda, na mitologia chinesa, que Fu Xi foi o primeiro imperador chinês. Por volta de 3.000 a. C., ele estava passeando pelas margens do rio amarelo e avistou uma “criatura” aflorando das águas. Esta criatura tinha o corpo de um dragão e a cabeça de um cavalo; algumas lendas dizem ter sido uma tartaruga. Ao aproximar-se da mesma, ele notou que havia 8 símbolos (batizados futuramente de trigramas) desenhados nas costas dessa criatura. Cada uma dessas imagens era composta por 3 séries de linhas. Algumas linhas eram inteiras, outras linhas eram “partidas”. Neste momento, ele teve uma “iluminação divina” e enxergou naqueles símbolos a chave para todos os segredos do universo.
Poderes Místicos
Por representar o entendimento e a leitura da realidade “anterior a criação do mundo material” – isto é, anterior a realidade física e concreta -; este baguá possui poderes místicos, tais como:
– proteção dos ambientes;
– transformar energias “negativas” em positivas.
Modo correto de utilização:
– Deve ser utilizado acima do batente da porta de entrada dos ambientes. Não deve ser utilizado na própria porta de entrada, mas ACIMA dela.
– Somente do lado DE FORA dos ambientes.
– Não deve ser utilizado dentro dos ambientes, pois devido as suas características “espirituais” pode ocasionar desarmonias e desequilíbrios QUANDO utilizado dentro dos ambientes.
Baguá do Céu Posterior
O Baguá do Céu Posterior busca explicar e corresponder o universo material – a realidade na qual estamos inseridos -, regendo com isso, as dinâmicas que correspondem a nossa vida e realidade concretas.
Os 8 trigramas do Baguá do Céu Posterior são os mesmos utilizados no Baguá do Céu Anterior, porém, no Baguá do Céu Posterior esses trigramas seguem uma diferente ordem e disposição. (Veja a imagem acima para verificar a posição correta dos trigramas)
Essa nova ordenação dos trigramas almeja refletir a constante mutação correspondente aos ciclos da nossa vida concreta.
Origem do Baguá do Céu Posterior
Esta ordenação é, a princípio, atribuída ao Rei (ou Conde) Wen, que pertenceu a Dinastia Zhou (ou Chou). Rei Wen é considerado um dos quatro autores do I Ching, sendo responsável por escrever os primeiros comentários a respeito dos Hexagramas, conhecido como “Versos sobre os Hexagramas” ou “Julgamentos”.
Há relatos de que quando perguntaram ao Rei Wen qual a origem do baguá, ele respondeu: “Quando o mundo começou havia o céu e a terra. O céu se uniu a terra e deu a luz a tudo que existe no mundo. O Céu é Qian (trigrama), a terra K’un (trigrama). Os outros seis remanescentes (trigramas) são seus filhos e filhas.”
A oposição de três trigramas no Baguá do Céu Posterior é alterada para: o Céu (trigrama Qian) e o Vento (trigrama Xun); a Terra (trigrama Ken) e a Montanha (trigrama Gen); o Trovão (trigrama Zhen) e o Lago (trigrama Dui).
Dois trigramas são mantidos na mesma ordem do céu anterior, são eles: o Fogo (trigrama Li) e a Água (trigrama Kan).
Modo de Utilização
O Baguá do Céu Posterior é utilizado na Escola de Feng Shui do Chapéu Preto para analisar os ambientes. Através da aplicação deste baguá na planta baixa de um terreno, residência ou espaço comercial é possível identificar e delimitar 9 grandes áreas ou setores de um espaço, os quais, correspondem também a 9 grandes áreas da vida dos moradores ou do estabelecimento comercial.